Faço atendimento online há mais de um ano com brasileiros que moram fora do país e preferem conversar com alguém de sua cultura. Também com pessoas em outros estados ou mesmo em nossa cidade, que estão impossibilitados de comparecer ao consultório. Percebo que tem trazido os mesmos resultados da terapia presencial.

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Mas há outras razões pelas quais tenho recomendado fortemente essa modalidade. A psicoterapia online tornou-se mais que necessária nestes dias de isolamento porque apesar de muitas vezes não percebermos, os efeitos psíquicos do isolamento imposto pela quarentena aos poucos vão surgindo, e como a poeira que lentamente vai travando a hélice, os sintomas vão surgindo em nosso comportamento mais triste entediado, ou mais ansioso e angustiado.

 

A revista científica The Concept, uma das mais importantes do mundo, publicou recentemente (14 de março de 2020) um estudo com os resultados do isolamento ocorrido em alguns países e pelas mais diversas razões. O título é“The psychological impact of quarantine and how to reduce it: rapid review of the evidence”  e pode ser acessado no link após o texto.

 

O referido estudo agora nos serve de parâmetro para compreender os prováveis resultados emocionais e comportamentais desta atual pandemia. E um dos resultados que pessoalmente tenho lutado para evitar em meus atuais pacientes é o efeito de estresse pós-traumático. Os pesquisadores perceberam que os sintomas resultantes do isolamento tais como abuso ou dependência de álcool, estresse, ansiedade e depressão põem persistir por até três anos depois da quarentena.

 

Essa é uma situação de saúde pública que nós psicólogos estamos lutando para ajudar um número maior de pessoas a lidar com os sintomas inicialmente imperceptíveis, provenientes do isolamento.

 

Se antes da quarentena eu já tinha essa modalidade de terapia em alta conta, por ver que oferece os mesmos resultados que a modalidade presencial (claro que com algumas adaptações simples), agora durante a quarentena temos realizado uma verdadeira campanha em prol da prevenção e posvenção dos problemas crônicos que o isolamento pode gerar.

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Referência:

https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(20)30460-8/fulltext

 

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