
Segundo Moffat (1981) a crise caracteriza-se pela “Invasão de uma experiência de paralisação da continuidade do processo da vida”.
Literalmente a vida fica estagnada naquele mesmo lugar, produzindo sintomas na relação: esfriamento sexual, sensação de mágoa, tristeza, inadequação e desejo por desistência.
O grande problema é que durante momentos de crise, os casais tendem a conversar sobre conteúdos e nunca sobre processos pelos quais estão atravessando, de modo a unir forças.
Assim entram em um espiral de argumentações que não chega a lugar nenhum. Não conseguem perceber para onde estão caminhando, de tão ocupados em argumentar.
O lado bom da crise
Mas nem tudo é cinza durante esse difícil período de crises. Especialmente se o casal tiver condições de olhar a si mesmo e conseguir enxergar o caminho para onde suas atitudes estão lhes conduzindo.
Um caminho para essa descoberta é observar as repetições. Que figura é essa que aparece em cada discussão, repetitivamente? É a desconfiança? É a mágoa? É o sentimento de posse?
Somente com esse olhar como quem está observando de fora é que podemos enxergar a porta de saída.
Crises acontecem porque não estamos presos em uma redoma de vidro capaz de parar o tempo. A vida segue. E por isso precisamos sempre “atualizar” nossa relação.
Se estamos atravessando uma, o melhor a fazer é aceitar o fato e cooperar para encontrar a saída, uma vez que elas não podem ser evitadas.
Crises podem ser benéficas, quando o casal junta suas forças na busca da superação. Então, há crescimento e amadurecimento psíquico.
Não perca tempo durante a crise. Utilize-a como motivação para os ajustes.
Com afeto,
Domingos Alves (CRP 11/10730)